
Quem vê a professora Dana Albalkhi usando o hijab (véu para cobrir a cabeça) pode não acreditar, mas ela é uma feminista. Para ela, o hijab é uma forma de liberdade, e não
de opressão, como costuma ser rotulado.
Dana, as peças representariam a liberdade de usar o que quiser e viver
sua fé. Roupas, diz, não vão impedir que ela seja independente, tenha
uma carreira e case por amor.
“As brasileiras chegam para mim e falam: mas você está no Brasil, por que você está colocando o véu? Eu que estou aqui sem família e posso fazer o que quiser. É minha escolha.”
Dana explica que o uso do hijab está previsto no Alcorão, livro sagrado do Islamismo, e que serviria para que a mulher “se preocupasse mais com questões intelectuais e espirituais do que corporais”. “Maria (mãe de Jesus), por exemplo, usava”, diz ela.
Já o niqab (que deixa só os olhos à mostra) não é da religião. Foi inventado culturalmente pela comunidade para controlar as mulheres. Eles oprimiram as mulheres e, infelizmente, não pararam os homens.”
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| Quatros tipos de véus comuns em países muçulmanos: em cima, o hijab (esq.) e a burca; embaixo, da esquerda, o niqab e o chador |
“A gente tem que criticar os radicais de cada religião, que têm atos machistas e usam a crença para justificá-los. Mas nunca podemos atacar a religião dos outros.
Temos que definir o feminismo fora dela. A causa mais importante é a mulher. Se o muçulmano fez uma besteira, a gente vai atacar, se o cristão fez uma besteira, a gente vai atacar, e se um ateu fez algo, também vamos fazer um escândalo.
Existem homens que usam a religião islâmica como desculpa para controlar as mulheres. E aí a mulher tem que ser do homem porque ele paga as contas ou deu uma casa para ela morar. Se ele não quer mais aquela mulher, ela sai prejudicada.”
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| Dana diz que uso do véu é parte importante da religião |
Confira a reportagem completa no site da BBC Brasil.






