A anorgasmia é a inibição do orgasmo feminino que se manifesta após a excitação sexual.
Pode ter relações com fatores biológicos e psicológicos como falta de intimidade com o próprio corpo e com a pessoa parceira, tabus, fatores religiosos, falta de informação, insegurança, medo de engravidar, traumas sexuais, baixa autoestima, estresse, ansiedade, alterações neurológicas, lesões na medula ou no sistema nervoso periférico, álcool, drogas e outros.
Para compreender do que se trata essa disfunção é importante definir o que é o orgasmo.
No dicionário de Michaelis a definição é bastante interessante: “Orgasmo vem do grego – orgázon, de orgân, que significa ferver em ardor, é definido como o mais alto grau de excitação sexual, e portanto o prazer físico mais intenso que um ser humano pode experimentar.”
O prazer mais intenso que um ser humano pode experimentar… |
O contrário do orgasmo é a Anorgasmia, tipo de disfunção onde o desejo muitas vezes se faz presente, porém tem como queixa a impossibilidade de atingir uma excitação sexual a ponto de chegar ao orgasmo.
Isso pode acontecer em algumas tentativas ou em qualquer situação. Pode acontecer em todas as faixas etárias, com parceires ou na masturbação, gerando sofrimento e angústia pela impossibilidade de realizar o clímax sexual.
O transtorno de orgasmo feminino está classificado no DSM-V (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) como uma das disfunções sexuais.
É conhecido, também, como transtorno do orgasmo feminino e pode afetar, de forma significativa, a qualidade de vida de muitas mulheres.
A principal queixa das mulheres é porque o transtorno de orgasmo feminino afeta os relacionamentos amorosos. Afinal, mesmo com uma longa estimulação sexual, a mulher não consegue atingir o orgasmo.
A anorgasmia pode afetar os relacionamentos |
Estudos epidemiológicos descobriram que a prevalência estimada de disfunção orgástica feminina varia internacionalmente de aproximadamente 20 a 40%.
Pesquisas realizadas nos Estados Unidos, Reino Unido, México e Austrália estimam que 18 a 29% das mulheres relatam problemas para atingir o orgasmo.
Existe um conflito de terminologias para os pesquisadores atuais sobre a diferença de frigidez e anorgasmia.
Alguns classificam frigidez como desejo sexual hipoativo e outros como anorgasmia. Porém, uma pessoa com frigidez pode ou não ter anorgasmia e vice-versa.
O principal sintoma da disfunção orgásmica é a incapacidade de atingir o clímax sexual. Outros sintomas incluem ter orgasmos insatisfatórios e a demora acima do normal para atingir o clímax.
A frigidez é ausência total de desejo sexual |
As principais causas da anorgasmia são de origem psicológicas, emocional e externa.
Causas psicológicas:
- Abuso sexual;
- Organização familiar desestruturada;
- Histórico de desrespeito e traições na família;
- Doenças mentais, como depressão;
- Necessidade muito grande de controle.
Causas emocionais:
- Educação sexual religiosa;
- Ausência de educação sexual;
- Não conhecimento do próprio corpo;
- Vergonha no sexo.
Causas externas:
- Parceiro com ejaculação precoce;
- Abuso de álcool, drogas ou psicotrópicos;
- Anatomia do corpo que propicia a anorgasmia.
Depressão e outros transtorno mentais estão associados a anorgasmia |
O tratamento para a anorgasmia varia de acordo com cada caso, mas basicamente é feito através da psicoterapia que cria condições para que a pessoa se conheça mais, aumenta a autoestima e segurança da mulher, facilita a comunicação entre o casal e outros.
É importante também que seja identificado pelo casal se realmente a mulher tem anorgasmia ou se o parceiro não realiza as preliminares de forma satisfatória.
É fundamental que a mulher conheça o seu corpo e realize a masturbação para que possa ter esse diagnóstico com mais precisão.
A incapacidade de atingir o orgasmo pode ser frustrante e pode ter um impacto no seu relacionamento. No entanto, você poderá alcançar o clímax com o tratamento adequado.
É importante saber que você não está sozinha. Muitas mulheres lidam com essa situação em algum momento de suas vidas.
A masturbação auxiliar no processo de diagnóstico da anorgasmia |
A partir de um diagnóstico eficaz, feito com apuração clínica rigorosa, o sexólogo ou ginecologista pode indicar diferentes tipos de tratamento: tudo irá depender de qual for o seu problema.
Dentre os tratamentos estão a psicoterapia, terapia sexual e reposição hormonal.
Caso tenha se identificado, procure ajuda profissional. Independente de qualquer coisa, autoconhecimento é primordial no sexo.